Reciclagem de papel
Reciclar papel é uma boa maneira de tentarmos minimizar os problemas ambientais causados pela sua fabricação em escala industrial, de evitar o desperdício, e de reduzir a necessidade de derrubar mais árvores, para fazer mais papel. Além disso, o preço para se desfazer do lixo é alto, como também é enorme o custo de manutenção de lixões.
O papel reciclado é produzido aproveitando-se o papel já utilizado. Poupando árvores e reduzindo a poluição, é possível produzir papel reciclado em grande quantidade, desde que se faça a coleta seletiva, separando o papel dos demais tipos de lixo.
A reciclagem do papel é tão importante quanto sua fabricação. A matéria prima para a fabricação do papel já está escassa, mesmo com políticas de reflorestamento e com uma maior conscientização da sociedade em geral. Com o uso dos computadores, muitos cientistas sociais acreditavam que o uso de papel diminuiria, principalmente na indústria e nos escritórios, mas isso não ocorreu e o consumo de papel nas duas últimas décadas do século XX foi recorde.
Na fabricação de uma tonelada de papel, a partir de papel usado, o consumo de água é muitas vezes menor e o consumo de energia é cerca da metade. Economizam-se 2,5 barris de petróleo, 98 mil litros de água e 2.500 kw/h de energia elétrica com uma tonelada de papel reciclado.
- Redução dos custos das matérias-primas: a pasta de aparas é mais barata que a celulose de primeira.
- Economia de Recursos Naturais
Madeira: Uma tonelada de aparas pode substituir de 2 a 4 m3 de madeira, conforme o tipo de papel a ser fabricado, o que se traduz em uma nova vida útil para de 15 a 30 árvores.
Água: Na fabricação de uma tonelada de papel reciclado são necessários apenas 2.000 litros de água, ao passo que, no processo tradicional, este volume pode chegar a 100.000 litros por tonelada.
Energia: Em média, economiza-se metade da energia, podendo-se chegar a 80% de economia quando se comparam papéis reciclados simples com papéis virgens feitos com pasta de refinador.
Redução da Poluição: Teoricamente, as fábricas recicladoras podem funcionar sem impactos ambientais, pois a fase crítica de produção de celulose já foi feita anteriormente. Porém as indústrias brasileiras, sendo de pequeno porte e competindo com grandes indústrias, às vezes subsidiadas, não fazem muitos investimentos em controle ambiental.
Criação de Empregos: estima-se que, ao reciclar papéis, sejam criados cinco vezes mais empregos do que na produção do papel de celulose virgem e dez vezes mais empregos do que na coleta e destinação final de lixo.
Redução da "conta do lixo": o Brasil, no entanto, só recicla 30% do seu consumo de papéis, papelões e cartões.
A reciclagem de papel é o reaproveitamento do papel não-funcional para produzir papel reciclado.
Há duas grandes fontes de papel a se reciclar: as para pré-consumo (recolhidas pelas próprias fábricas antes que o material passe ao mercado consumidor) e as para pós-consumo (geralmente recolhidas por catadores de ruas). De um modo geral, o papel reciclado utiliza os dois tipos na sua composição, e tem a cor creme.
A aceitação do papel reciclado é crescente, especialmente no mercado corporativo. O papel reciclado tem um apelo ecológico, o que faz com que alcance um preço até maior que o material virgem. No Brasil, os papéis reciclados chegavam a custar 40% a mais que o papel virgem em 2001. Em 2004, os preços estavam quase equivalentes, e o material reciclado custava de 3% a 5% a mais. A redução dos preços foi possibilitada por ganhos de escala, e pela diminuição da margem média de lucro.
Na Europa, o papel reciclado em escala industrial chega a custar mais barato que o virgem, graças à eficiência na coleta seletiva e ao acesso mais difícil à celulose, comparado ao do Brasil.
O papel é um material de suporte da informação escrita que produz fortes impactos negativos sobretudo ao nível da produção. De facto, embora a matéria prima se possa considerar renovável - a madeira, proveniente das árvores - a sua produção conduz normalmente a extensas monoculturas de espécies exóticas - como o eucalipto em Portugal, e diversas resinosas na maior parte da Europa - que têm como consequência o desaparecimento da quase totalidade da fauna e da flora nativas. Este efeito está relacionado não apenas com as espácies utilizadas mas também com o regime de cultivo: plantações densas, revolução de curtas e lavagem de solos de montanha débeis.
As plantações de árvores para pasta de papel são, no Distrito de Aveiro, um pouco por todo o Litoral Norte e Centro de Portugal e mais recentemente, e com consequências mais graves, também no interior, a principal causa de desaparecimento do coberto vegetal natural, e com ele, de animais de todas as espécies. Igualmente significativa é a degradação da paisagem, pela via da uniformização, e a perda do seu caráter e da sua especificidade (biodiversidade). É um drama em larga escala, que os interesses econômicos encobrem, e que a falta de sensibilidade e de atenção da generalidade dos cidadãos tende a ignorar.
A reciclagem do papel é um procedimento que permite recuperar as fibras celulósicas do papel velho e incorporá-las na fabricação de novo papel. Não é um processo isento da produção de resíduos, mas a produção de pastas virgens também não o é, e assim sempre se minimizam os problemas relacionados com a produção de matéria prima e com a deposição do papel velho.
É importante realçar que os papéis não podem ser reciclados indefinidamente sem que haja perde de qualidade. Após cada utilização, eles perdem parte das suas propriedades e só podem ser reciclados para uso distinto, e um pouco menos nobre, do que o original. Se se olhar com cuidado e bem de perto para uma folha de papel vai-se perceber que o papel é feito de inúmeras fibras que se cruzam. São elas que lhe dão resistência.
Dependendo do tipo de polpa que é usada para fazer o papel (pode ser pinho, eucalipto ou até outras fibras vegetais como algodão, linho, etc.) ele vai ter fibras mais longas ou curtas e vai ser mais ou menos resistente.
Por isso papel branco é mais caro e inclusive a apara (resto de papel) branca também alcança maior valor no mercado.
E cada vez que se recicla diminui o tamanho das fibras e ele fica um pouco mais fraco. Por isso que para reciclar muitas vezes o mesmo papel, deve-se colocar um pouco de fibra virgem para aumentar a sua resistência. Um outro problema são os pigmentos presentes no papel. Para fazer papel branco a polpa (de fibra virgem ou papel já usado) deve passar por um processo químico de branqueamento. Por isso quanto mais pigmento um papel tem, mais difícil fica reciclá-lo e conseguir a partir dele um papel branco.
Na realidade o ideal seria que mudássemos alguns dos nossos hábitos.
Por que necessitamos de um papel tão branco, muitas vezes para uso tão simples (rascunho, caderno de anotações, etc). E ainda, por que precisamos de produtos e embalagens de papel tão coloridos e cheios de pigmentos muitas vezes tóxicos, que de uma forma ou de outra vão acabar no ambiente, caso sejam sendo reciclados ou não?
O papel é um material biodegradável e orgânico, mas em caso de aterros com pouca humildade o processo de degradação se torna lento, chegando a demorar de 3 meses a 100 anos para se decompor O processo inicial da reciclagem dá-se na separação do lixo do papel, de seguida existe um banho de detergentes e solventes para retirar a tinta. O papel é transformado numa pasta. As impurezas são removidas com uma série de lavagens. Depois a pasta é misturada com cloro, que a torna branca.
O Que Podemos Fazer pela Reciclagem do Papel?
Para a reciclagem ser possível cabe ao utilizador - a todos nós - fazer uma seleção correta dos papeis recicláveis e uma seleção correta significa essencialmente separar os papeis de outros materiais com os quais possam estar associados - como plásticos por exemplo - e que perturbam o processo de reciclagem. Pelo mesmo motivo, papéis indissociavelmente ligados a outros materiais como as e as embalagens aluminizadas devem ser excluídos. Caso se justifique, isto é, em locais onde se produz muito papel usado, pode ter interesse uma separação de diferentes tipos de papeis: papeis quase brancos e impressões de computador para um grupo, papeis de jornais e revistas para outro, e cartões para outro.
O papel reciclado, reconhecível principalmente por ser mais escurinho, também poderia passar pelo branqueamento. “Atualmente, no Brasil, o papel reciclado não fica branco, pois é uma forma de diferenciá-lo e fazer com que as pessoas saibam logo que ele é reciclado e a importância desse processo para o meio ambiente. Em outros lugares do mundo já há opções desse papel na cor branca”, afirma a especialista.
Há também no mercado a oferta de papéis brancos com o selo FSC, uma certificação de manejo florestal que atesta que aquele produto é oriundo de árvores replantadas e não da derrubada de florestas nativas. “Ele é uma garantia de que não se devastou para fazer papel, mas a opção pelo reciclado, quando possível, ainda é melhor, pois prolonga a vida de um material que poderia ir parar nos aterros”, defende Andrea.
Processo de produção do papel reciclado
Abaixo, seguem as etapas do processo de produção de papel reciclado a partir de aparas de papéis:
- Etapa 1:
- Entrega das aparas (fardo) na fábrica recicladora de papel
- Passa pelo controle de qualidade e é classificado
- Vai para o estoque de aparas
- O lote do estoque mais antigo vai para as esteiras transportadoras
- O hidrapulper desagrega o papel, juntamente com água industrial
- Depois de desagregado, a bomba puxa a massa de papel para outras etapas
- Etapa 2 - turbo tira plástico (retirada de plástico)
- Etapa 3 - processo de centrifugação para retirada de impurezas (areia, prego, etc)
- Etapa 4 - processo de refino da massa
- Aditivos são adicionados à massa: sulfato de alumínio, amido de mandioca, etc
- Etapa 5 - Caixa de entrada da máquina de papel
- Etapa 6 - Mesa formadora (vácuo retira umidade excedente)
- Etapa 7 - Prensa acerta gramatura do papel
- Etapa 8 - O papel passa pelos rolos secadores
- Etapa 9 - Chega até a enroladeira
- Etapa 10 - Forma-se o rolo de papel
- Etapa 11 - O rolo é transportado por ponte rolante até a rebobinadeira
- Etapa 12 - O papel é rebobinado conforme formato da bobina
- Etapa 13 - A bobina de papel acabada vai para o controle de qualidade
- Etapa 14 - Vai para o estoque, podendo ser vendida ou vai para a cartonagem, transformando-se em chapa de papelão, a fim de ser industrializada como caixas de papelão
Mas, se você quiser reciclar o papel em sua casa (artesanalmente) siga as instruções a seguir:
Hoje em dia, muitos artesãos trabalham produzindo papel reciclado em oficinas caseiras. Eles reciclam papéis de forma a obter tipos diferentes, e até personalizados. Fazem também objetos decorativos e úteis.
Como reciclar papel:
Material necessário
· Liquidificador
· Rolo de macarrão ou garrafa de vidro
· Peneira circular de 20 centímetros de diâmetro
· Bacia na qual caiba a peneira
· Pedaço de madeira lisa
· 1 litro de água
· 8 colheres de sopa de amido
· 20 a 30 folhas de folhas usadas ou revistas
Modo de fazer
1. Rasgue as folhas de papel em pedaços bem pequenos.
2. Coloque no liquidificador o papel picado, água e amido de milho, batendo por 2 minutos.
3. Após desligar o liquidificador, verifique se o conteúdo tem a aparência de uma massa pastosa. Caso a massa formada esteja muito líquida, colocar mais papel picado e amido de milho e bater novamente a mistura. Despeje a mistura na bacia somente quando ela estiver bem pastosa.
4. Mergulhe a peneira nessa mistura de modo que parte dela forme uma na peneira.
5. Retire a peneira com a mistura.
6. Deixe secar ao sol. Antes que a massa seque totalmente, retire-a da peneira e coloque-a sobre um pedaço de madeira bem liso.
7. Estique a massa com um rolo de macarrão, deixando-a bem fina. Não havendo um rolo de macarrão, use uma garrafa de vidro. Tome cuidados para que a garrafa não quebre em suas mãos.
8. Coloque a mistura bem esticada de novo ao sol, para secar totalmente. Quando a massa esticada estiver bem seca, ela se soltará da tábua. Obtemos dessa forma uma folha de papel reciclado.